Universidade Federal do Ceará
Pró-Reitoria de Graduação

Os estudantes com bolsas vinculadas à Prograd apresentaram trabalhos focados nos ODS, como o 3, 4, 10 e 11. Confira a relação dos 17 temas ao final da notícia

Não parece, mas já faz uma semana que a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Ceará vivenciou a 40ª edição dos Encontros Universidades, o maior evento científico da UFC, realizado durante três dias, de 5 a 7 de novembro, no Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra, em Fortaleza. Este ano o tema central foi “Mundo em Transformação”, e teve 6.130 submissões de trabalhos. Destes, 1.936 foram submetidos por participantes de projetos com bolsas vinculadas à Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), divididos entre os seis Encontros dentro dos EU 2025:  IX Encontro de Estágios; X Seminário Institucional de Iniciação à Docência (PIBID); XII Encontro de Programas de Educação Tutorial (PET-UFC e PET-SESu); XV Encontro do Programa de Acolhimento e Incentivo à Permanência (PAIP); XIX Encontro de Práticas Docentes; e XXXIV Encontro de Monitoria do Programa de Iniciação à Docência (PID). 

Reforçando o compromisso da UFC com a Agenda 2030, que é um plano de ação global, contendo 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os trabalhos submetidos pelos estudantes foram enviados de acordo com a escolha de um desses ODS. A Agenda foi estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas e o Conselho Econômico das Nações Unidas para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir a paz e a prosperidade para todos. Um total de 193 países adotaram o plano, e o Brasil é um deles. 

Para o pró-reitor de Graduação, professor Davi Romero, o fato dos Encontros Universitários serem realizados de forma integrada e ligados aos eixos temáticos dos ODS é importante porque deixa clara a preocupação da universidade com a sociedade. “Nos Encontros Universitários a gente tem a visão da contribuição dos trabalhos, de cada área, para a sociedade. É uma contribuição que vai além da sala de aula, e que beneficia toda a sociedade ”, afirmou. 

EU 2025 e os ODS

(Foto: Prograd/UFC). Eduarda Portela, estudante do 5º semestre de Psicologia

Durante as apresentações, os alunos debateram, criaram e partilharam conhecimentos alinhados aos ODS. Para a bolsista Eduarda Portela, do Programa de Iniciação à Docência (PID), que tem o trabalho alinhado ao ODS 4. Educação de Qualidade, o papel da monitoria é de fortalecimento das metodologias de ensino e aprendizagem. “Eu vejo esse papel da monitoria como fortalecimento da educação. O monitor participa para construir em um espaço cada vez mais dialógico e aberto dentro das aulas”, afirma a estudante do 5º semestre de Psicologia. 

(Foto: Prograd/UFC). Edson Rocha, estudante do 8º semestre de Engenharia Civil

Edson Rocha cursa o 8º semestre de Engenharia Civil. A pesquisa dele está alinhada ao ODS 11. Cidades e Comunidades Sustentáveis. Ele fez análises ambientais dos projetos que participa, e um deles é a análise de microclima. “Aqui a gente consegue testar os diversos cenários em relação ao conforto térmico. Especificamente aqui eu consigo comparar um cenário onde a gente consegue ter uma vegetação, como no Campus do Pici, com um cenário sem esse tipo de vegetação. Então, a gente consegue perceber que isso afeta principalmente em relação ao conforto térmico da região”, explica Edson, que apresentou trabalho no IX Encontro de Estágios. 

(Foto: Prograd/UFC). Atila Bruna Silva, estudante de Dança – Bacharelado.

Houve também trabalho que representou o protagonismo estudantil como ferramenta de transformação na comunidade acadêmica. A estudante de Dança – Bacharelado e bolsista do Programa de Acolhimento e Incentivo à Permanência (PAIP), Átila Bruna, com seu trabalho “O pensamento contracolonial como prática para reinventar a formação superior em Dança na Universidade Federal do Ceará”, apresentou a importância da movimentação estudantil. A ODS escolhida foi a 10. Redução das Desigualdades. “A movimentação estudantil que acontece dentro da Universidade influencia no acolhimento e incentivo à permanência.”, ressaltou.

COP 30 nos EU 2025

(Foto: Prograd/UFC). Painel UFC pelo Clima discute sobre crise climática em palestra com o professor Tércio Ambrizzi (USP)

Para contribuir ainda mais com a temática, a Prograd/UFC propôs que a primeira palestra do Palco Mix, localizado no Centro de Convivência do Campus do Pici, tivesse conexão com a 30ª Conferência das Partes, a COP 30, que está sendo realizada em Belém, no Pará, desde o dia 10, com término em 21 de novembro. 

De acordo com o pró-reitor-adjunto, professor Hermógenes de Oliveira, a proposta deixa em evidência a preocupação da UFC com as questões climáticas. Para ele, o tema é muito caro, não apenas para a UFC, mas para a sociedade como um todo. “Nós estamos falando de questões climáticas que afetam diariamente todas as sociedades, de diferentes maneiras, que precisam ser trazidas também para a formação dos nossos alunos”, esclareceu.

“Reflexão para a COP 30 – Variabilidade climática, aquecimento global e eventos extremos: alguma relação?” fez parte da programação do painel “UFC pelo Clima: diálogos científicos rumo a COP 30”, sob a mediação da professora Kamila Fernandes, secretária de Comunicação e Marketing (UFC Informa), e ministrada pelo professor Tércio Ambrizzi, cientista climático da Universidade de São Paulo (USP), membro da Academia Brasileira de Ciências, pesquisador 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenador do Comitê Científico de Mudanças Climáticas do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (MMA).

Para Ambrizzi, as discussões sobre as mudanças climáticas precisam fazer parte do cotidiano da academia. “A universidade é simplesmente o centro do conhecimento. É dela que nós podemos transferir esse conhecimento, e daí, os estudantes, que vão ser os futuros profissionais e legisladores, quem sabe até presidente, vão estar efetivamente levando esse conhecimento. Então, a discussão da preservação ambiental é fundamental!”, afirmou. 

Após a explanação do palestrante, o reitor da UFC, professor Custódio Almeida, destacou a importância da palestra ao expor a responsabilidade da sociedade na crise climática, trazendo a conscientização sobre a necessidade de mudança nos hábitos que prejudicam o meio ambiente. Ele também ressaltou a excelência do curso de Economia Ecológica da UFC em formar profissionais conscientes sobre o papel da economia nas mudanças climáticas. “Só a ciência pode resolver o problema [da crise climática]”. 

Participaram também do painel a professora Tarin Mont’Alverne, da Faculdade de Direito (Fadir), Eduardo Sávio Martins, presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), e Paulo Anacé, liderança indígena. 

De acordo com a professora Ozilea Bezerra, coordenadora de Estágios da Prograd/UFC, o painel “UFC pelo Clima” trouxe a urgência climática para o debate nos Encontros Universitários. “Isso é extremamente importante porque os sinais da crise climática já chegaram. Nós temos secas severas, enchentes avassaladoras e avanços do nível do mar. Esse painel traz diferentes olhares através da ciência climática, da filosofia, do direito, dos povos originários, da gestão governamental”, explicou a professora, que é docente do Curso de Oceanografia.  

Além das palestras, apresentações culturais e dos trabalhos científicos, paineis e rodas de conversa, também houve distribuição de mudas nativas e de brindes. Destaque também para prestação de serviços, como a campanha para estimular a doação de medula óssea, bem como uma ação de testagem para HIV, sífilis e hepatite.

Os Encontros Universitários 2025 refletem a missão da UFC de integrar ensino, pesquisa e extensão à realidade local e global. Ao conectar saberes acadêmicos às urgências do planeta — como mudanças climáticas, desigualdades e preservação da biodiversidade —, incentivamos a formação de cidadãos críticos e protagonistas de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

Confira os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

1. Erradicação da pobreza, 2. Fome Zero e Agricultura Sustentável, 3. Saúde e Bem-Estar, 4. Educação de Qualidade, 5. Igualdade de Gênero, 6. Água Potável e Saneamento, 7. Energia Limpa e Acessível, 8. Trabalho Decente e Crescimento Econômico, 9. Indústria, Inovação e Infraestrutura, 10. Redução das Desigualdades, 11. Cidades e Comunidades Sustentáveis, 12. Consumo e Produção Responsáveis, 13. Ação Contra a Mudança Global do Clima, 14. Vida na Água, 15. Vida Terrestre, 16. Paz, Justiça e Instituições Eficazes e 17. Parcerias e Meios de Implementação.