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Ciclo de colações se encerra e abre caminho para novas celebrações em 2024, quando UFC completa 70 anos

Data de publicação: 9 de outubro de 2023. Categoria: Notícias

A volta das colações marcou o reencontro da comunidade acadêmica com a festa e consigo mesma, deixando expectativas para novas celebrações em 2024, quando a Universidade completará 70 anos (Foto: Viktor Braga/UFC)

 

Na terceira e última noite desta edição do ciclo de colações de grau da Universidade Federal do Ceará, a emoção, a resiliência e o tornar-se humano foram alguns dos sentimentos que deram a tônica da solenidade, ocorrida na Concha Acústica da UFC na sexta-feira (6). A volta das colações marcou o reencontro da comunidade acadêmica com a festa e consigo mesma, deixando um gosto de “quero mais” e expectativas para novas celebrações em 2024, ano especial para a Universidade, que completará 70 anos.

A cerimônia da última sexta-feira foi destinada a formandos do Centro de Humanidades (CH), da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC) e da Faculdade de Educação (FACED). Estiveram aptos a participar 1.188 concludentes, sendo 49 formandos do semestre 2023.1 e 1.139 egressos que colaram grau no período de maio de 2020 a agosto deste ano, pela Internet.

Arlindo Barreto é servidor da UFC há 31 anos e se formou no curso Tecnólogo em Gestão da Qualidade (Foto: Ribamar Neto/UFC)

 

A BELEZA DE APRENDER – Um dos que colaram grau de forma simbólica foi Arlindo Barreto, 65, que há 31 anos é servidor da UFC, no cargo de motorista. Ele concluiu em 2022 o curso Tecnólogo em Gestão da Qualidade. O entusiasmo e a gratidão com que Arlindo fala sobre o aprendizado que teve durante o curso, em termos intelectuais e humanos, demonstram o quanto a educação pode fazer a diferença na vida de alguém.

“Foi um desafio muito grande, eu nem esperava entrar. Por duas vezes eu ia desistir, mas os colegas e os professores me ajudaram muito. […] Eu vivo fotografando essa Universidade há mais de 30 anos, então muitos professores já me conheciam, e eu achava aquilo fabuloso. Tive umas disciplinas maravilhosas e aprendi coisas que eu jamais esperava aprender”, compartilha, emocionado, ao lado da esposa, Ana Lúcia Barbosa.

Perguntado sobre qual o sentimento após superar as dificuldades e participar da cerimônia de colação de grau, ele responde: “É um sentimento tão diferente, tão gostoso, tão maravilhoso, que eu não sei nem explicar essa glória de ter me formado na UFC. Era um sonho de 40 anos atrás. É uma coisa maravilhosa fazer uma graduação na Universidade Federal do Ceará”.

MARCAR TERRITÓRIO – Na última quinta-feira (5), o ativista, filósofo e escritor Ailton Krenak se tornou o primeiro indígena eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL). O fato é uma conquista para os povos indígenas em sua luta por reconhecimento e por representatividade nos mais diversos espaços. É nesse contexto, que inclui também a atual batalha político-jurídica contra a tese do marco temporal, que Evania Lima, da etnia Pitaguary/Kanindé, colou grau após concluir o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Kuaba.

Evania Lima concluiu o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Kuaba (Foto: Ribamar Neto/UFC)

 

“Nós, como indígenas, gostamos muito de marcar nosso território. Temos que ocupar nossos espaços nas universidades. Essa oportunidade que estamos tendo agora, de concluir nosso curso, é algo magnífico. Estou muito emocionada por fazer parte desse momento grandioso. Como indígena, isso é algo que vem a somar às nossas conquistas, às nossas lutas, porque sempre conquistamos tudo com luta”, frisa.

CEREJA DO BOLO – Emanuel Araújo, do Curso de Administração, finalmente pôde viver a aguardada cerimônia de colação de grau, para simbolizar o encerramento de um ciclo que, segundo ele, foi bastante proveitoso, mesmo com as dificuldades que a pandemia impôs.

Emanuel Araújo se formou em Administração e aguardava a cerimônia para celebrar a conquista (Foto: Ribamar Neto/UFC)

 

“A pandemia atrapalhou bastante, e a gente queria muito a formatura. É algo clássico dentro da UFC, algo que a gente espera muito. São quatro a cinco anos estudando pra chegar nesse momento. Participar da colação agora tem um sentido muito grande para mim e para minha família. […] Faltava aquela cereja do bolo e esse é o momento”, alegra-se.

RESILIÊNCIA – Em seu discurso, o orador discente da solenidade, Levi Sabino de Souza, do Curso de Letras (Português-Espanhol), refletiu que sem os obstáculos, dúvidas, lágrimas e dores enfrentadas nos últimos anos, ele e os demais formandos não teriam adquirido a força e a resiliência necessárias para encarar as batalhas da vida. Por isso, disse ele, aquele momento não era apenas uma formação universitária, mas uma grande conquista.

Levi de Souza destacou a resiliência necessária no caminho até a formatura (Foto: Ribamar Neto/UFC)

 

“A conquista de alguém que leva pra casa a primeira formação universitária da família; a conquista de alguém que foi desacreditado e incentivado pelo meio a sua volta de que tudo isso era inútil e que esse alguém não iria conseguir; a conquista de alguém que se agarrou a fé, em um ser superior e em si mesmo, para continuar trilhando o caminho que culminaria nessa noite e nessa cerimônia. Isso aqui é uma conquista, a nossa conquista”, enfatizou.

A força para atravessar tempos difíceis também foi a tônica no discurso da oradora docente, Profª Tania Maria Batista de Lima, da Faculdade de Educação. Ela argumentou que, apesar da iniquidade do sistema social brasileiro, a universidade continua sendo essa luz/espaço democrático que acolhe as filhas e os filhos da classe trabalhadora e lhes possibilita o acesso a novos conhecimentos, à cultura, à pesquisa, às artes e às ciências.

Em seu discurso, a Profª Tânia Batista de Lima enfatizou o protagonismo da universidade e e a importância da ciência (Foto: Ribamar Neto/UFC)

 

“Lembro, com tristeza, das inúmeras vidas que seriam salvas durante a pandemia de covid-19, caso a ciência e a vida fossem verdadeiramente respeitadas. A autonomia da universidade pública é fundamental para a produção de conhecimento livre e útil ao bem comum. Apesar das dores e perdas de tantos familiares, a comunidade universitária soube resistir aos difíceis tempos de pandemia e ao negacionismo fora e dentro de nossa instituição. Com vigor e resiliência, soubemos construir esse novo tempo e chegar até aqui”, valorizou.

A UNIVERSIDADE QUE HÁ EM NÓS – Geralmente, quando pensamos em uma universidade, temos a imagem de uma grande instituição de ensino, na qual muitas pessoas estudam, trabalham e convivem, gerando conhecimento para si e para a sociedade. Porém, se refletirmos mais a fundo, podemos perceber que a universidade não é apenas algo externo, alheio, mas sim um componente em potencial de nossa própria existência. Essa foi a ideia trazida pelo reitor Custódio Almeida em seu discurso.

“A universidade se realiza em nós quando compreendemos que somos públicos antes de sermos privados, que somos coletividade antes de sermos individualidade, que não é a história que nos pertence, mas, antes, somos nós que pertencemos a ela; não é a vida que nos pertence, mas somos nós que pertencemos a ela. A universidade se realiza em nós quando compreendemos que nos humanizamos quando nos misturamos nessa infinita teia humana: plural, diversa, incompleta e sempre carente de atualização”, pontuou o reitor.

Em destaque, segurando o capelo, o reitor Custódio Almeida; em seu discurso, ele salientou que a universidade se realiza nas pessoas (Foto: Ribamar Neto/UFC)

 

Ele salientou ainda que a universidade é muito mais do que aquilo que é vivenciado durante os anos de graduação e muito mais do que aulas, pesquisas e projetos de extensão. “Ser universitário é ter visão de conjunto e, por isso mesmo, é saber-se incompleto. Vocês entendem agora por que não basta receber o diploma? Essa festa era um desejo profundo de completude, de universidade e universalidade.”

CONVITE – Por fim, o reitor aproveitou a ocasião para anunciar que “a festa vai continuar em 2024”, quando a UFC vai completar 70 anos de sua fundação, ocorrida em 1954. Segundo Custódio, a ideia é que as comemorações tenham início em dezembro deste ano e se estendam até 16 de dezembro de 2024, data exata do septuagésimo aniversário da Instituição. “Vocês são os primeiros convidados para todas as programações dos 70 anos”, chamou.

RETOMADA DAS COLAÇÕES – O ciclo encerrado nesta sexta-feira (6) marcou o retorno das colações de grau presenciais na UFC, após três anos e meio. Ao todo, estiveram aptos a participar dos três dias de solenidade 3.538 formandos, sendo 123 concludentes remanescentes do semestre 2023.1 e, de forma simbólica, 3.415 egressos que colaram grau pela Internet no período de 7 de maio de 2020 a 31 de agosto deste ano e que manifestaram interesse em participar facultativamente do evento.

As três solenidades foram transmitidas ao vivo e estão disponíveis no canal da UFCTV no Youtube.

A expectativa é que as próximas colações ocorram a partir de meados de janeiro do próximo ano, tanto em Fortaleza quanto nos campi do Interior, como tradicionalmente acontecia antes da pandemia de covid-19.

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Fonte: Coordenadoria de Comunicação e Marketing (UFC Informa) – e-mail: ufcinforma@ufc.br

 

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